The platformed class has two sexes

labor, algoritmization and resistance

Abstract

This article aims to highlight the incorporation of the gender issue into the work platform. The gender cutout within the mosaic of activities of the platformed work is still poorly guided and it is intended to contribute to overcoming this gap. It is argued that the way work is organized by platforms, intertwined with the absence of a labor and social protection network, contributes to women being more affected in this model, updating and deepening the existing gender inequality in other labor configurations. The three main analytical axes of the article, work, algorithmization and resistance unfold on the hypothesis that the conformation of the worker on demand produces an ideal worker who, given the sexual division of labor, is not gender neutral.
Algorithmic management appropriates, organizes, and reproduces a set of already existing inequalities. It is demonstrated that the algorithmic responses to the wishes of capital have a gender bias. In the resistance to work stripped of rights, the question is what is the story that women build for themselves – in which strikes they engage, how they articulate, create strategies, and negotiate their visibility. To build these arguments, empirical data will be presented, collected from semi-structured interviews carried out with platform workers in the following activities: passenger transport, food delivery and manicures, working in the cities of Campinas/SP and São Paulo/SP.

KEYWORDS: Platform, Gender, Labor, Algorithmization, Resistance

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Viviane Vidigal, Universidade Estadual de Campinas

Este artículo tiene como objetivo resaltar la incorporación de la temática de género en la
plataforma de trabajo. El recorte de género dentro del mosaico de actividades del trabajo en
plataformas aún está mal guiado y se pretende contribuir a superar esta brecha. Se argumenta
que la forma en que se organiza el trabajo a través de plataformas, entrelazada con la ausencia
de una red laboral y de protección social, contribuye a que las mujeres se vean más afectadas en
este modelo, actualizando y profundizando la desigualdad de género existente en otras
configuraciones laborales. Los tres ejes analíticos principales del artículo, trabajo, algoritmización
y resistencia se desarrollan sobre la hipótesis de que la conformación del trabajador a demanda
produce un trabajador ideal que, dada la división sexual del trabajo, no es neutro en cuanto al
género. La gestión algorítmica se apropia, organiza y reproduce un conjunto de desigualdades ya
existentes. Está demostrado que las respuestas algorítmicas a los deseos del capital tienen un
sesgo de género. En la resistencia al trabajo despojado de derechos, la pregunta es cuál es la
historia que las mujeres construyen para sí mismas, en qué huelgas se involucran, cómo se
articulan, crean estrategias y negocian su visibilidad. Para construir estos argumentos, se
presentarán datos empíricos, recolectados a partir de entrevistas semiestructuradas realizadas
con trabajadores de la plataforma en las siguientes actividades: transporte de pasajeros, reparto
de alimentos y manicura, trabajando en las ciudades de Campinas/SP y São Paulo/SP.
PALABRAS CLAVE: Plataforma, Género, Trabajo, Algoritmización y Resistencia

References

Abílio, L. C., Almeida, P. F. de, Amorim, H., Cardoso, A. C. M., Fonseca, V. P. da, Kalil, R. B., & Machado, S. (2020). Condições de trabalho de entregadores via plataforma digital durante a COVID-19. Revista Jurídica Trabalho E Desenvolvimento Humano, 3. https://doi.org/10.33239/rjtdh.v.74

ABÍLIO, Ludmila Costhek. A eliminação dos custos associados ao direito e à proteção do trabalhador constitui a espinha dorsal da reforma trabalhista. [Entrevista cedida a] Patricia Fachin. Revista IHU on-line,13 de dez. 2017. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/574556-a-eliminacao-dos-custos-associados-ao-direito-e-a-protecao-do-trabalhador-constitui-a-espinha-dorsal-da-reforma-trabalhista-entrevista-especial-com-ludmila-abilio. Acesso em: 20 de mar. 2019.

ABÍLIO, Ludmila Costhek. Breque dos Apps é um freio coletivo na uberização e na degradação e exploração do trabalho. [Entrevista cedida a] Patricia Fachin. Revista IHU on-line, 05 de ago. 2020. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/601524-breque-dos-apps-e-um-freio-coletivo-na-uberizacao-e-na-degradacao-e-exploracao-do-trabalho-entrevista-especial-com-ludmila-abilio. Acesso em: 20 de ago. 2020.

ABÍLIO, Ludmila Costhek. Uberização do trabalho: subsunção real da viração. Passa palavra, 2017. Disponível em: http://passapalavra.info/2017/02/110685. Acesso em: 20 de abr. 2017.

ALVES, Giovanni. Dimensões da reestruturação produtiva: ensaios de sociologia do trabalho. 2. ed. Londrina: Práxis; Bauru: Canal 6, 2007.

ANTUNES, Ricardo. Trabalho uberizado e capitalismo virótico: entrevista com Ricardo Antunes. Digilabour, 2020. Disponível em: https://digilabour.com.br/2020/06/14/trabalho-uberizado-e-capitalismo-virotico-entrevista-com-ricardo-antunes. Acesso em: 20 de out. de 2020.

BEER, David. The social power of algorithms. Information, Communication & Society, v. 20, n. 1, 2017.

BERGER, M. L. The Car's Impact on the American Family. In: M. Wachs & M. Crawfor (Eds.), The car and the city: The built environment, and daily urban life. Detroit, MI: The University of Michigan Press, 1992, p. 57-74.

BESSE, Susan. Modernizando a Desigualdade: Reestruturação da Ideologia de Gênero no Brasil (1914-1940). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

BRUSCHINI, C. E LOMBARDI, M.R. A bipolaridade do trabalho feminino no Brasil Contemporâneo. Cadernos de Pesquisa, julho de 2000, n. 110, São Paulo, Fundação Carlos Chagas.

BUCHER, T. The Algorithmic Imaginary: exploring the ordinary affects of Facebook algorithms. Information, Communication & Society, v. 20, n. 1, 2017.

CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho - De acordo com a Reforma Trabalhista. Brasil: Método, 2014.

CASTRO, Viviane Vidigal. As ilusões da uberização: um estudo à luz da experiência de motoristas Uber. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2020. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/343227/1/Castro_VivianeVidigalDe_M.pdf. Acesso em: 10 de set. 2021.

CHAVES JÚNIOR, José Eduardo de Resende. Desafio do Direito do Trabalho é limitar o poder do empregador-nuvem. Conjur, 16 de fev. 2017. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-fev-16/desafio-direito-trabalho-limitar-poder-empregador-nuvem. Acesso em: 10 de set. 2021.

COOK, Cody; DIAMOND, Rebecca; HALL, Jonathan V.; LIST, John A.; OYER, Paul. The Gender Earnings Gap in the Gig Economy: Evidence from over a Million Rideshare Drivers. Disponível em: https://web.stanford.edu/~diamondr/UberPayGap.pdf. Acesso em: 04 de mar. 2019.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Revista Estudos Feministas. Ano 10 (1). Florianópolis, 2002.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016.

DINIZ, E. P. H., ASSUNÇÃO, A. A., & LIMA, F. P. A. Prevenção de acidentes: O reconhecimento das estratégias operatórias dos motociclistas profissionais como base para a negociação de acordo coletivo. Ciência & Saúde Coletiva, 10(4), 2005, p. 905-916.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 42. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2018.

GILLESPIE, T. A relevância dos algoritmos. Parágrafo, v. 6, n. 1, p. 97, jan./abr. 2018.

GROHMANN, R. Plataformização do trabalho: características e alternativas. In: Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0, Ricardo Antunes (org.). São Paulo: Boitempo, 2020.

HAICAULT, Monique. La gestion ordinaire de la vie em deux. Paris, Sociologie du Travail, nº 3, 1984.

HAN, Byung-Chul. Por que hoje a revolução não é possível? El País, 3 out. 2014. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/22/opinion/1411396771_691913.html. Acesso em: 24 de jun. 2019.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. A Classe operária tem dois sexos. Revista Estudos Feministas. Rio de Janeiro, v.2, n.3, 1994.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da Divisão Sexual do Trabalho. Cadernos de Pesquisa, v.37, n.132, set./dez. 2007. Disponível em:

www.scielo.br/pdf/cp/v37/n132/a0537132.pdf. Acesso em 01. mar.2020

IONTA, Marilda. Das amizades femininas e feministas. In: RAGO, Margareth; GALLO, Silvio (orgs). Michel Foucault e as insurreições: É inútil revoltar-se? São Paulo: Intermeios, 2017.

KIMMEL, M. S. A produção simultânea de masculinidades hegemônicas e subalternas. Horizontes Antropológicos, 4(9), 1998.

KLEINBERG, Jon. The Mathematics of Algorithm Design. Princeton Companion to Mathematics, Princeton Univ. Press, 2008. Disponível em: https://www.cs.cornell.edu/home/kleinber/pcm.pdf. Acesso em: 08 de nov. 2017.

KOFES, S. Mulher, mulheres – identidade, diferença e desigualdade na relação entre patroas e empregadas domésticas. Campinas, Editora da Unicamp, 2001.

LOBO. Elisabeth. A Classe Operária tem Dois Sexos – Trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Brasiliense, 1991.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política – o processo de circulação do capital. Livro Primeiro, v. 1, t. 2. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

MAZZOTTI, Massimo. Algorithmic life. In: PRIDMORE-BROWN, Michele; CROCKETT, Julien. The digital revolution: debating the promises and perils of the Internet, automation, and algorithmic lives in the last years of the Obama Administration. Los Angeles: Los Angeles Review of Books: 2017.

MÖHLMANN, M. and ZALMANSON, L. Hands on the wheel: Navigating algorithmic management and Uber drivers' autonomy, International Conference on Information Systems (ICIS 2017), 10-13 de dez. 2017, Seoul, South Korea.

MOROZOV, E. Big Tech: A ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu, 2018.

OLIVEIRA, Juliana Andrade. Fazendo a vida fazendo unhas: uma análise sociológica do trabalho de manicure. Tese (Doutorado em Sociologia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. doi:10.11606/T.8.2014.tde-05032015-104355. Acesso em: 11 de fev. 2020.

O'NEIL, Cathy. Weapons of Math Destruction: How Big Data Increases Inequality and Threatens Democracy. Crown Books, 2016.

OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997.

PEREIRA, Flávia Souza Máximo. Subordinação, sujeição e subalternidade no trabalho e colonialidade na data driven economy. Palestra proferida no Congresso Internacional AMAT LABORTECH 2020 –Segundo dia– De 01:05:00 a 01:25:50, 17 de mai. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NUjhvQCIgGI. Acesso em 28 de jun. 2020.

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da História. Bauru: Edusc, 2005.

POCHMANN, Márcio. Recessão, direitos sociais e trabalhistas. Democracia e Mundo do Trabalho em Debate, 2016. Disponível em: http://www.dmtemdebate.com.br/recessao-direitos-sociais-e-trabalhistas. Acesso em: 20 de out. 2020.

REIS, Daniela Muradas; CORASSA, Eugênio Delmaestro. Aplicativos de Transporte e Plataforma de Controle: o mito da tecnologia disruptiva do emprego e a subordinação por algoritmos. In: CHAVES JÚNIOR, José Eduardo de Resende (Org.). Tecnologias Disruptivas e a Exploração do Trabalho Humano. São Paulo: Ltr, 2017.

SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoas do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2003.

SEVERO, Valdete Souto. Manual da reforma trabalhista: pontos e contrapontos / Valdete Souto Severo, Jorge Luiz Souto Maior; organizadores Afonso Paciléo Neto, Sarah Hakim; prefácio Lívio Enescu. São Paulo: Sensus, 2017.

SOUZA, L. C. G. As representações sociais do carro, da velocidade e do risco em jovens. Dissertação de mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2001.

SRNICEK, N. Platform capitalism. Cambridge: Polity Press, 2017.

TEIXEIRA, M. A divisão sexual do trabalho e seus efeitos sobre as mulheres. DMT em Debate. Disponível em: http://www.dmtemdebate.com.br/a-divisao-sexual-do-trabalho-e-seus-efeitos-sobre-as-mulheres. Acesso em: 31 de jan. 2021.

VAN DIJCK, J.; POELL, T.; DE WAAL, M. The Platform Society. New York: Oxford, 2018.

VIDIGAL, Viviane. Game Over: a gestão gamificada do trabalho. MovimentAção, [S.l.], v. 8, n. 14, p. 44-64, ago. 2021.

VIDIGAL, Viviane. Ininterrupto e Infinito: o trabalho no capitalismo de plataforma. Revista Brasileira de Direito Social, v.4, n.1, 2021.

VIDIGAL, Viviane; SOUTO MAIOR, Nívea. Zero ou Vinte quatro horas: a intermitência do trabalhador uberizado. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª região, v.24 n. 33, 2021 – Florianópolis/SC.

VILHENA, Paulo Emílio Ribeiro de. Relação de Emprego: Estrutura Legal e Supostos. 3ª ed. São Paulo: Editora LTr, 2005.

WURMAN, R. S. Information architects. 2.ed. Lakewood: Watson-Guptill Pubns, 1997.

Published
2021-11-08
How to Cite
Vidigal, V. (2021). The platformed class has two sexes: labor, algoritmization and resistance. Labor and Human Development Law Journal, 4. https://doi.org/10.33239/rjtdh.v4.88
Section
Articles in Continuous Flow (Rolling Pass)