Recebido em: 22/11/2023
Aprovado em: 08/04/2024
O impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental do
enfermeiro
The impact of the covid-19 pandemic on
nurse mental health
El impacto de la pandemia de covid-19
en la salud mental de los enfermeros
Tatiana Giovanelli Vedovato
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8020741869163184
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8615-1317
Amanda Gallo Francisco
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1499528223950065
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-5468-0982
Raquel Ribas Vieira
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5091282922741064
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-0532-4004
RESUMO
Introdução: A pandemia de covid-19 atingiu mundialmente vários países,
entre eles o Brasil. Os profissionais da saúde, sobretudo os enfermeiros,
necessitaram organizar rapidamente os serviços de saúde a fim de garantir
assistência à saúde para os brasileiros.
Objetivo: Analisar como a pandemia de covid-19 impactou a saúde mental
dos enfermeiros que atuavam na linha de frente em hospitais.
Método: Trata-se de uma revisão integrativa que foi realizada entre março
e maio de 2022, acessando a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na qual
foram selecionados 15 artigos científicos que responderam a seguinte
questão norteadora: "Como a pandemia de covid-19 impactou a saúde
mental dos enfermeiros que atuavam na linha de frente em hospitais?”
Resultados: A análise do conjunto dos artigos permitiu a construção de três
categorias temáticas, sendo estas: principais fatores e condições de trabalho
que interferem na saúde mental dos enfermeiros atuantes na pandemia de
covid-19; adoecimento mental dos enfermeiros que atuaram na linha de
frente da pandemia, e desafios enfrentados pelos enfermeiros que atuaram
na linha frente.
Conclusão: A pandemia de covid-19 evidenciou condições de trabalho
inadequadas para a enfermagem como sobrecarga, falta de piso salarial e
ausência de valorização que acarretaram impacto em sua saúde mental, em
especial para os enfermeiros que estavam à frente, como liderança de suas
equipes. Assim, torna-se necessário investir em ações de prevenção ao
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
adoecimento mental dos enfermeiros e principalmente, proporcionar
condições dignas de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Condições de trabalho; Covid-19; Enfermeiros;
Pandemia; Saúde mental.
ABSTRACT
Introduction: The covid-19 pandemic has affected several countries around
the world, including Brazil. Health professionals, especially nurses, had to
quickly organize health services to guarantee health care for Brazilians.
Objective: To analyze how the covid-19 pandemic has impacted on the
mental health of nurses working on the front line in hospitals.
Method: This is an integrative review that was carried out between March
and May 2022, accessing the Virtual Health Library (VHL), where 15 scientific
articles were selected from answering the following guiding question: "How
did the covid-19 pandemic impacted the mental health of nurses working on
the front line in hospitals?"
Results: The analysis of all the articles allowed the construction of three
thematic categories, these being: main factors and working conditions that
interfere with the mental health of nurses working in the covid-19 pandemic;
mental illness of nurses who worked on the front line of the pandemic, and
challenges faced by nurses who worked on the front line.
Conclusion: The covid-19 pandemic has highlighted inadequate working
conditions for nurses, such as overload, lack of a minimum wage and lack of
appreciation, which have had an impact on their mental health, especially
for nurses who were at the forefront, as leaders of their teams. It is
therefore necessary to invest in actions to prevent nurses from becoming
mentally ill and, above all, to provide them with decent working conditions.
KEYWORDS: Covid-19; Mental health; Nurses; Pandemic; Working
conditions.
RESUMEN
Introducción: La pandemia de covid-19 ha afectado a varios países del
mundo, entre ellos Brasil. Los profesionales de la salud, especialmente las
enfermeras, tuvieron que organizar rápidamente los servicios sanitarios para
garantizar la asistencia sanitaria a los brasilos.
Objetivo: Analizar cómo la pandemia de covid-19 ha impactado la salud
mental de los enfermeros que trabajan en primera línea en los hospitales.
Metodología: Se trata de una revisión integradora que se realizó entre marzo
y mayo de 2022, accediendo a la Biblioteca Virtual en Salud (BVS), en la que
se seleccionaron 15 artículos científicos que respondían a la siguiente
pregunta orientadora: "¿Cómo la pandemia de covid-19 ha impactado la
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
salud mental de las enfermeras que trabajan en primera línea en los
hospitales?".
Resultados: El análisis de todos los artículos permitió la construcción de tres
categorías temáticas, siendo estas: principales factores y condiciones de
trabajo que interfieren en la salud mental de las enfermeras que trabajaron
en la pandemia del covid-19; enfermedad mental de las enfermeras que
trabajaron en primera línea de la pandemia, y desafíos enfrentados por las
enfermeras que trabajaron en primera línea durante la pandemia.
Conclusión: La pandemia de covid-19 ha puesto de manifiesto las
inadecuadas condiciones de trabajo de las enfermeras, así como la
sobrecarga de trabajo la que se enfrentan, la falta de un salario adecuado y
la falta de aprecio hacia su labor, que han repercutido en su salud mental,
especialmente en el caso de las enfermeras que estaban en primera línea,
dirigiendo a sus equipos. Por lo tanto, es necesario invertir em acciones para
evitar que la salud mental de las enfermeras se vea afectada y, sobre todo,
proporcionar condiciones de trabajo decentes.
PALABRAS CLAVE: Condiciones de Trabajo; Covid-19; Enfermeras;
Pandemia; Salud mental.
INTRODUÇÃO
Quando, em março de 2020, o coronavírus foi caracterizado pela Organização
Mundial da Saúde como uma pandemia mundial, o impacto gerado foi profundo e
abrangente na vida socioeconômica da população brasileira e na sua saúde, criando
desafios que afetaram diferentes aspectos da sociedade, porque, com o avanço dessa
doença nos grandes centros, houve a necessidade de lockdown, termo utilizado para
o bloqueio total ou confinamento das pessoas em suas casas, com o fechamento da
maioria dos postos de trabalhos, gerando recessão econômica no Brasil, com a
diminuição da circulação da economia, acarretando desemprego e perda de renda
para muitos brasileiros, especialmente daqueles em trabalhos informais e de baixos
salários. Uma desigualdade social, já presente no país, acentuou-se, afetando as
despesas domésticas, alimentação, segurança, transporte e qualidade de vida dos
brasileiros.
A covid-19 é uma doença que pode ser assintomática, sintomática leve ou
evoluir rapidamente e causar sintomas graves, como a Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SARS-CoV), afetando múltiplos órgãos, causando inflamações generalizadas,
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
distúrbios de coagulação, disfunções neurológicas e óbitos1. A diminuição dos casos
graves e dos óbitos no Brasil ocorreu após a vacinação em massa da população em
20222. Assim, enquanto não havia vacinação disponível para todos, entre 2020 e
2021, a gravidade dos sinais e os sintomas apresentados pela pessoa contaminada
pelo coronavírus podiam demandar ou não cuidados intensivos de enfermagem.
Dessa maneira, os pacientes que eram considerados graves deveriam ser
internados rapidamente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde o enfermeiro
e equipe, além de planejar e executar a assistência, deveriam lidar com as demandas
psicológicas que incluíam o medo de se contaminarem e, também, a família, além
da morte de muitos pacientes e seus familiares, de colegas de trabalho do hospital,
a escassez de equipamentos de proteção individual (EPI) e poucos profissionais para
as inúmeras demandas dos cuidados num dia de trabalho. Todos esses fatores
contribuíam para um adoecimento mental mais rápido durante a pandemia de covid-
193.
A pandemia de covid-19 causou uma crise no capitalismo que não se
evidenciava desde 19294, considerando suas amplas repercussões econômicas,
políticas, sociais e as contradições que sempre existiram pelo próprio sistema. Frente
a essa crise econômica, uma crise sanitária também se instalou no país, mostrando
as dificuldades do Sistema Único de Saúde (SUS) e, também, as condições precárias
de trabalho da equipe de enfermagem que sempre existiram desde o surgimento do
SUS. Esta pandemia evidenciou muito mais a existência de populações vulneráveis,
excluídas dos direitos básicos de vida, como alimentação, educação, habitação, além
1 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Organização Mundial da Saúde na Américas. Coronavírus.
Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/coronavirus Acesso em: 24 fev. 2024.
2 BRASIL. Ministério da Saúde. Painel Coronavírus. Brasília-DF, 5 nov. 2022. Disponível em:
https://covid.saude.gov.br/ Acesso em: 5 nov. 2022.
3 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 1–9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
4 BARDI, G., BEZERRA, W. C., MONZELLI, G. A., PAN, L. C., BRAGA, I. F., MACEDO, M. D. C. de.
Pandemia, desigualdade social e necropolítica no Brasil: reflexões a partir da terapia ocupacional
social. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional - REVISBRATO, Rio de Janeiro,
v. 4, n. 3, p. 496508, 2020. Disponível em:
https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/34402/pdf_2 Acesso em: 8 set. 2022.
5
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
das condições dignas de trabalho, em que muitos trabalhadores da saúde também
estão inseridos em condições degradantes e insalubres.
Dessa forma, enquanto durou o estado de calamidade pública, as condições
de trabalho decorrentes da pandemia de covid-19 só exacerbaram o que de fato já
existia aos profissionais da enfermagem, como sobrecarga, condições precárias de
trabalho e salários baixos, que contribuíram ainda mais na atuação da linha de frente
para cuidar dos inúmeros pacientes adoecidos5.
A partir de então, a enfermagem atuou de forma corajosa e intensa na linha
de frente da luta contra a doença em ambientes hospitalares totalmente
reformulados, mesmo sob exaustivas jornadas de trabalho, em que a maioria dos
profissionais teve que se adaptar, encarando novas funções, novos procedimentos,
novas tecnologias e rotinas sem tempo hábil para capacitação e proteção, com alta
demanda de pacientes, além do distanciamento da própria família e ausência de vida
pessoal fora do ambiente hospitalar, surgindo o adoecimento mental dos
profissionais6.
A maior parte dos profissionais da enfermagem que atuaram na linha de
frente contra a covid-19 tornou-se ansiosa devido à situação de incertezas sobre o
que vivenciavam nos hospitais, além do risco que estavam submetidos todos os dias
de trabalho à possibilidade de se contaminarem, adoecerem e de se tornarem focos
de transmissão das doenças para familiares e amigos7.
5 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 1–9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
6 RIBEIRO, J. S., DONIZETE, M. R. S., PAULA, A. A. de, CHAVES, J. M., VIEIRA, A. de O., PEREIRA, L.
A. S. Os desafios enfrentados pelos profissionais da enfermagem frente à Covid-19. Research, Society
and Development, Vargem Grande Paulista, v. 10, n. 15, p. 1-8, 2021. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/22918/20225/276091 Acesso em: 8 set.
2022.
7 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 1–9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
6
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
Dessa maneira, exacerbou-se numa crise sanitária que impactou a vida da
população mundial e no Brasil, implicando também muitos aspectos na vida da
enfermagem, gerando sintomas, como ansiedade, depressão e até pânico,
comprometendo a saúde mental e, consequentemente, sua atuação profissional e
sua qualidade de vida8.
Diante dessas premissas descritas neste artigo, objetivou-se, nesta revisão,
analisar como a pandemia de covid-19 impactou a saúde mental dos enfermeiros que
atuavam na linha de frente em hospitais.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa que utiliza uma pesquisa em bases de
dados, organizando e resumindo os principais resultados de outras pesquisas sobre
um tema em questão, de maneira sistematizada, possibilitando conclusões acerca do
conteúdo proposto. A revisão integrativa segue seis etapas: formulação da questão
norteadora; busca em base de dados com critérios de inclusão e exclusão dos artigos;
categorização dos estudos; avaliação dos artigos incluídos; a interpretação e análise
dos resultados, e, por último, a síntese do conhecimento com as evidências
disponíveis9. Assim, a pergunta norteadora deste artigo foi: "como a pandemia do
covid-19 impactou a saúde mental dos enfermeiros que atuavam na linha de frente
em hospitais?”
A coleta de dados ocorreu de março até maio de 2022. Foi acessada somente
a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) por se tratar de uma base robusta e específica
para os periódicos da área da saúde, pois é composta por fonte de informações
atualizadas regularmente por uma ampla rede de colaboração nacional e
8 QUEIROZ, A. M., SOUZA, A. R. de, MOREIRA, W. C., NÓBREGA, M. do P. S. de S., SANTOS, M. B.,
BARBOSSA, L. J. H., REZIO, L. de A., ZERBETTO, S. R., MARCHETI, P. M., NASI, C., OLIVEIRA, E. O
‘novo’ da Covid-19: impactos na saúde mental de profissionais de enfermagem? Acta Paulista de
Enfermagem, São Paulo, v. 34, p. 1-9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ape/a/QGVBNDKMpTrkYf6RRJ6ZRDC/ Acesso em: 8 set. 2022.
9 MENDES, K. D. S., SILVEIRA, R. C. C. P., GALO, C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para
a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem,
Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 758-764, out./dez. 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/tce/a/XzFkq6tjWs4wHNqNjKJLkXQ/ Acesso em: 5 mai. 2022.
7
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
internacional, além da facilidade de ter encontrado artigos disponíveis na íntegra no
período de coleta. Para a busca por artigos na BVS, foram utilizados os descritores
de Ciências da Saúde (DeCS/MeSH) presentes no site <https://decs.bvsalud.org/>
para identificar as palavras-chaves adequadas à pesquisa. Dessa maneira, foram
utilizadas: condições de trabalho; covid-19; enfermeiros; pandemia, e saúde mental,
que foram associadas aos operadores booleanos AND e OR.
Assim, os critérios de inclusão dos artigos foram os publicados em periódicos
nacionais e internacionais de 2020 até maio 2022, disponíveis na íntegra, gratuitos e
que atendessem à temática deste estudo pela leitura do título, resumo e relevância.
Foram encontrados 1559 artigos na BVS, que, após a utilização dos critérios de
exclusão, como não disponíveis na íntegra, anteriores a 2020 e que não respondessem
à questão norteadora por não se relacionarem com a temática, foram descartados,
ficando, ao final, somente 15 artigos que fizeram parte desta revisão.
Este estudo de revisão integrativa não apresentou necessidade de aprovação
pelo Comitê de Ética em Pesquisa porque extraiu dados de livre acesso, assim, não
são documentos que requeiram sigilo. As demais questões éticas foram preservadas,
pois todos os autores consultados foram devidamente referenciados nesta revisão.
RESULTADOS
Para melhor caracterização dos 15 artigos selecionados para esta revisão, foi
realizada uma descrição pelo ano de publicação, título do artigo, autores e o
periódico em que foi publicado, conforme consta descrito no Quadro 1, a seguir:
8
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
Quadro 1. Descrição dos artigos de revisão pelo ano de publicação, título do
artigo, autores e o periódico publicado, 2022.
N
Ano
Título do artigo
Autores
Periódico
1
2020
Depressão e ansiedade em
profissionais de enfermagem
durante a pandemia da Covid-
19.
Santos, Galvão,
Gomes, Souza,
Medeiros,
Barbosa.
Escola Anna
Nery.
2
2020
Enfermagem na atenção às
pessoas com Covid-19: Desafios
na atuação do sistema
COFEN/CORENS.
Clementino,
Chaves, Júnior-
Pessoa,
Miranda,
Medeiros,
Martiniano.
Texto e
Contexto
Enfermagem.
3
2021
A saúde mental do enfermeiro
frente à pandemia Covid-19.
Dresh, Paiva,
Moraes, Sales,
Rocha.
Enfermagem
Foco.
4
2021
Trabalhadores(as) da saúde e a
Covid-19: condições de trabalho
à deriva?
Vedovato,
Andrade,
Santos,
Bitencourt,
Almeida,
Sampaio.
Revista Bras.
de Saúde
Ocupacional.
5
2021
Estresse ocupacional no contexto
da Covid-19: análise
fundamentada na teoria de
Neuman.
Almino,
Oliveira, Lima,
Prado, Mercês,
Silva.
Acta Paul
Enferm.
6
2021
O impacto da pandemia no papel
da enfermagem: uma revisão
narrativa de literatura.
Silva,
Fernandes,
O’Silva, Xavier,
Macedo.
Enfermería
Global
7
2021
Prevalência e fatores associados
à ansiedade, depressão e
estresse numa equipe de
enfermagem Covid-19.
Appel,Carvalho,
Santos.
Revista Gaúcha
Enferm.
9
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
8
2021
O neoliberalismo e a
precarização do trabalho em
enfermagem na pandemia da
Covid-19: repercussões na saúde
mental.
Rezio, Oliveira,
Queiroz, Souza,
Zerbetto,
Marcheti, Nasi,
Oliveira.
Revista da
Escola de
Enfermagem da
USP.
9
2021
Diários de batalha: enfermeiros
na linha de frente do
enfrentamento ao Covid-19.
Castro-Junior,
Silva, Duarte,
Santos.
Revista
Uruguaya de
Enfermería.
10
2021
Repercussões para saúde mental
de profissionais de enfermagem
atuantes no enfrentamento à
Covid-19: revisão integrativa.
Faria, França,
Guedes, Soares,
Gallasch, Alves.
Revista
Enferm. UFSM -
REUFSM.
11
2021
Por trás das máscaras:
reconstruções do cuidado de
enfermeiros frente à Covid-19.
Penna e
Rezende
Revista Min.
Enfer.
12
2021
Heroínas e Heróis da Pandemia?
Violências (in) visíveis no
trabalho de profissionais de
saúde na pandemia da Covid-19.
Andrade,
Bitencourt,
Sampaio,
Santos,
Almeida,
Vedovato.
International
Journal on
Working
Conditions.
13
2022
Resiliência de Sistemas de
Assistência à Saúde no
enfrentamento da Covid-19:
relato de experiência.
Rigotti,
Zamariolli,
Prado, Pereira,
Gimenes.
Revista da
Escola de
Enfermagem da
USP.
14
2022
Indicadores de sofrimento e
prazer em trabalhadores de
saúde na linha de frente da
Covid-19.
Batista,
Lourenção,
Silva, Cunha,
Gallash.
Revista Latino
Americana de
Enfermagem.
10
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
15
2022
Impactos da pandemia de Covid-
19 para a saúde de enfermeiros.
Acioli, Santos,
Santos, Souza,
Silva.
Revista.
Enferm. UERJ
Fonte: elaborado pelas autoras (2022).
A caracterização dos 15 artigos ocorreu a partir da compilação de informações
de identificação, reunidas no Quadro 1. Entre os artigos selecionados, o maior
número de publicações foi, no ano de 2021, dez artigos, e o menor número foi em
2020, com apenas dois artigos. Provavelmente, a razão de mais publicações em 2021
com esta temática esteja relacionada ao maior pico de adoecimento e morte das
pessoas devido à covid-19.
Os artigos que predominavam eram de diversas revistas e instituições de
ensino superior no Brasil, como da região Sudeste, com quatro artigos 10,11,12,13, e da
região Nordeste, com dois artigos14,15. Os demais artigos não possuíam a localização
da pesquisa descrita.
10 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 1–9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
11 RIGOTTI, A. R., ZAMARIOLLI, C. M., PRADO, P. R. de, PEREIRA, F. H., GIMENES, F. R. S. Resiliência
de Sistemas de Assistência à Saúde no enfrentamento da COVID-19: relato de experiência. Revista da
Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 56, p. 1-8, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/LRQmn4znr9JzttgtD4RCVLP/?lang=pt Acesso em: 8 set. 2022.
12 REZIO, L. de A., OLIVEIRA, E. de, QUEIROZ, A. M., SOUZA, A. R. de, ZERBETTO, S. R., MARCHETI,
P. M., NASI, C., OLIVEIRA, E. O neoliberalismo e a precarização do trabalho em enfermagem na
pandemia de COVID-19: repercussões na saúde mental. Revista da Escola de Enfermagem da USP,
São Paulo, v. 56, p.1-8, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/5cWSZKHzsZd7st3FKWRP44z/?lang=en Acesso em: 8 set. 2022.
13 ALMINO, R. H. S. C., OLIVEIRA, S. S. de, LIMA, D. M. de, PRADO, N. C. da C., MERCÊS, B. M. O.,
SILVA, R. A. R. da. Estresse ocupacional no contexto da COVID-19: análise fundamentada na teoria de
Neuman. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ape/a/wHY9NkrKDbN9V7QgK7JFSvH/# Acesso em: 8 set. 2022.
14 SILVA, T. C. L. da, FERNANDES, A. K. de M. P., O’SILVA, C. B. do, XAVIER, S. S. de M., MACEDO, E.
A. B. de. O impacto da pandemia no papel da enfermagem: uma revisão narrativa da literatura.
Enfermería Global, Murcia, v. 20, n. 63, p. 516-529, jul. 2021. Disponível em:
https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1695-61412021000300016&lng=pt&tlng=pt
Acesso em: 8 set. 2022.
15 ACIOLI, D. M. N., SANTOS, A. A. P. dos, SANTOS, J. A. M., SOUZA, I. P. de, SILVA, R. K. de L.
Impactos da pandemia de COVID-19 para a saúde de enfermeiros. Revista Enfermagem UERJ, Rio de
Janeiro, v. 30, p. 1-5, 2022. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/63904 Acesso em: 8 set. 2022.
11
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
As semelhanças presentes nos artigos desta revisão foram apresentadas em
categorias para melhor compreensão, sendo elas: principais fatores e condições de
trabalho que interferem na saúde mental dos enfermeiros atuantes na pandemia de
covid-19; adoecimento mental dos enfermeiros que atuaram na linha de frente da
pandemia, e desafios enfrentados pelos enfermeiros que atuaram na linha frente,
todas discutidas a seguir.
DISCUSSÃO
A primeira categoria analisa e discute a saúde mental dos enfermeiros
atuantes durante a pandemia, em especial os profissionais que estavam atuando na
linha de frente, cuidando dos pacientes com covid-19, pois diversos fatores no local
de trabalho, além dos problemas sociais e econômicos contribuíram para
manifestações de sintomas físicos e mentais. A segunda categoria descreve e discute
formas de adoecimento mental dos enfermeiros, e a terceira e última categoria
reflete sobre os desafios que os enfermeiros enfrentaram durante a pandemia.
1 Principais fatores e condições de trabalho que interferem na saúde mental dos
enfermeiros atuantes na pandemia de covid-19
A enfermagem é uma profissão que, devido a sua própria natureza, já possui
predispostos para o adoecimento mental16. Esta profissão, no âmbito do sistema
capitalista, tem como principal finalidade a busca por lucros, com a política
neoliberal que exerce influência sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil ao
longo de várias décadas, resultando em práticas como privatizão no setor da saúde,
ausência de ajustes salariais e relações de trabalho desregulamentadas, aspectos
16 ANDRADE, C. B., BITENCOURT, S. M., SAMPAIO, J. F. da S., SANTOS, D. L., ALMEIDA, L. P. de,
VEDOVATO, T. G. Heroínas e heróis da pandemia? Violências (in)visíveis no trabalho de profissionais
de saúde na pandemia da Covid-19. International Journal on Working Conditions, Porto, n. 21, p.
17-35, jun. 2021. Disponível em: https://ricot.com.pt/artigos/1/IJWC.21_Andrade.et.al_17.35.pdf
Acesso em: 8 set. 2022.
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Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
que têm sido persistentes na enfermagem e, durante a pandemia da covid-19 ocorreu
a exacerbação dos problemas que já existiam. Além disso, o neoliberalismo foi
precarizando cada vez mais o processo de trabalho da enfermagem, sendo notado e
sentido nos cortes dos investimentos do SUS por intermédio da Emenda
Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 201617, que estipulou um teto para os
gastos públicos federais, congelando os investimentos em pesquisas e melhorias nas
áreas da Saúde e Educação por duas décadas, resultando em agravos à população.
Dessa maneira, quando o SUS fica sem investimento, as desigualdades sociais
aumentam, a situação da enfermagem piora e evidencia sua precariedade em
ambientes insalubres de trabalho, ausência de piso salarial digno, duplas jornadas
de trabalho, excesso de trabalho, grande rotatividade, altos índices de
absenteísmos, perda de direitos trabalhistas e completa desvalorização da
enfermagem que consequentemente começou a interferir na saúde mental18.
No momento em que a pandemia de covid-19 chegou ao Brasil, uma crise
sanitária também se instalou no país e os profissionais da enfermagem, sobretudo os
enfermeiros, estavam combatendo o invisível em locais sem estrutura adequada para
o enfrentamento da doença. Este cenário evidenciava ainda mais os diversos tipos
de violências sofridas pelos enfermeiros, resultando no adoecimento físico e
mental19.
Dentre os principais fatores que interferem na saúde mental dos
enfermeiros, desde o início da pandemia da covid-19, as relações de trabalho, o
contato direto com a morte, que se intensificou, a extensa jornada de trabalho e o
17 BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm Acesso em: 8 set.
2022.
18 BATISTA, P. C. P., LOURENÇÃO, D. C de A., SILVA, J. S. J., CUNHA, A. A. de, GALLASH, C. H.
Indicadores de sofrimento e prazer em trabalhadores de saúde na linha de frente da COVID-19. Revista
Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 30, p. 1-11, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rlae/a/Y4KTxLqN4rWbhn9GcLQy44L/ Acesso em: 8 set. 2022.
19 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 19, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
13
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
medo de se contaminarem e, assim, contaminar a família poderiam favorecer o
aparecimento de doenças mentais, como ansiedade e depressão20.
As relações do trabalho perpassam também as condições desfavoráveis que
ocorriam durante a pandemia, entre 2020 e 2021, como ausência de planejamento
de compras das vacinas contra a covid-19, além da falta dos equipamentos de
proteção individual (EPIs) para os profissionais da saúde, sobretudo para a
enfermagem que estava atuando na linha de frente para o combate à doença e,
também, a superlotação dos hospitais, principalmente dos hospitais públicos, que
acarretava sobrecarga de trabalho, o que, por sua vez, afetava ainda mais a saúde
mental dos enfermeiros21.
A realidade exposta ainda foi acrescida pelo fato de que muitos enfermeiros
que adoeceram e morreram em decorrência da covid-19 contaminaram-se durante
suas atividades laborais de cuidado à população. Dados do Observatório do Conselho
Federal da Enfermagem (COFEN), reportou, até junho de 2023, o total de 833 óbitos
de profissionais da enfermagem por coronavírus22. O fato de atuarem
profissionalmente num ambiente de alta contaminação oferece aos profissionais
discriminações, repressões e rejeições por parte da população, com medo de se
contaminarem pelo vírus, chegando a ponto, por exemplo, de muitas pessoas não
quererem entrar no mesmo elevador ou mesmo ficarem no mesmo local que um
enfermeiro estivesse23. O que foi constatado pelo próprio Conselho Regional de
Enfermagem (COREN), durante uma entrevista:
20 VEDOVATO, T. G., ANDRADE, C. B., SANTOS, D. L., BITENCOURT, S. M., ALMEIDA, L. P. de, SAMPAIO,
J. F. da S. Trabalhadores(as) da saúde e a Covid-19: condições de trabalho à deriva? Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 46, n. 25, p. 1–9, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbso/a/CHvhLDtkH8WPmSygjHZgzNw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 8
set. 2022.
21 ANDRADE, C. B., BITENCOURT, S. M., SAMPAIO, J. F. da S., SANTOS, D. L., ALMEIDA, L. P. de,
VEDOVATO, T. G. Heroínas e heróis da pandemia? Violências (in)visíveis no trabalho de profissionais
de saúde na pandemia da Covid-19. International Journal on Working Conditions, Porto, n. 21, p.
17-35, jun. 2021. Disponível em: https://ricot.com.pt/artigos/1/IJWC.21_Andrade.et.al_17.35.pdf
Acesso em: 8 set. 2022.
22COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Observatório da Enfermagem. Disponível em:
https://observatoriodaenfermagem.cofen.gov.br/ Acesso em: 5 nov. 2023.
23 ANDRADE, C. B., BITENCOURT, S. M., SAMPAIO, J. F. da S., SANTOS, D. L., ALMEIDA, L. P. de,
VEDOVATO, T. G. Heroínas e heróis da pandemia? Violências (in)visíveis no trabalho de profissionais
de saúde na pandemia da Covid-19. International Journal on Working Conditions, Porto, n. 21, p.
14
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
As pessoas dizem que aplaudem, mas rejeitam os trabalhadores como
se eles fossem passar o vírus. Eles estão além do limite. O mais difícil
é conseguir uma licença ou alguns dias de folga para que se
recuperem - Representante do COREN24.
Dessa maneira, a sobrecarga pelo trabalho exaustivo se evidenciou pelo
fechamento das enfermarias para internação e o cancelamento das cirurgias eletivas,
passando as equipes de enfermagem para as Unidades de Terapias Intensivas (UTIs),
que atendiam pacientes com covid-19, ou seja, enfermeiros e técnicos de
enfermagem precisaram aprender, da noite para o dia, o manuseio dos equipamentos
de alta tecnologia, como respiradores e monitores cardíacos e várias técnicas de
cuidados intensivos, que exigiam esforço físico e mental para realizá-las. Além disso,
a equipe de enfermagem trabalhava sob extrema pressão e em estado de alerta
constante por muitas horas no trabalho25.
Assim, os enfermeiros sentiram de perto o medo de adoecer e necessitar de
internações e, também, possuíam receio de contaminarem seus familiares como
cônjuges, filhos, pais idosos, enfim, a angústia, o pânico e o cansaço tomaram conta
de milhares de profissionais da enfermagem26. O fato de lidar com a morte, todos os
dias, de muitos pacientes, familiares e colegas de trabalho, tornou-se algo rotineiro,
que agravou ainda mais a saúde mental, pois, devido à alta disseminação da doença,
muitos enfermeiros abandonaram suas próprias casas, e este distanciamento uniu-se
17-35, jun. 2021. Disponível em: https://ricot.com.pt/artigos/1/IJWC.21_Andrade.et.al_17.35.pdf
Acesso em: 8 set. 2022.
24 ANDRADE, C. B., BITENCOURT, S. M., SAMPAIO, J. F. da S., SANTOS, D. L., ALMEIDA, L. P. de,
VEDOVATO, T. G. Heroínas e heróis da pandemia? Violências (in)visíveis no trabalho de profissionais
de saúde na pandemia da Covid-19. International Journal on Working Conditions, Porto, n. 21, p.
17-35, jun. 2021. Disponível em: https://ricot.com.pt/artigos/1/IJWC.21_Andrade.et.al_17.35.pdf
Acesso em: 8 set. 2022.
25 APPEL, A. P., CARVALHO, A. R. da S., SANTOS, R. P. dos. Prevalência e fatores associados à
ansiedade, depressão e estresse numa equipe de enfermagem COVID-19. Revista Gaúcha de
Enfermagem, Porto Alegre, v. 42, n. esp., p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rgenf/a/rZMMYrjT6PRxKm3PKBRwqTx/abstract/?lang=pt Acesso em: 8 set.
2022.
26 BATISTA, P. C. P., LOURENÇÃO, D. C de A., SILVA, J. S. J., CUNHA, A. A. de, GALLASH, C. H.
Indicadores de sofrimento e prazer em trabalhadores de saúde na linha de frente da COVID-19. Revista
Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 30, p. 1-11, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rlae/a/Y4KTxLqN4rWbhn9GcLQy44L/ Acesso em: 8 set. 2022.
15
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
ao fator financeiro, pois nenhum suporte adicional foi ofertado pelas instituições de
saúde para que pudessem se isolar27.
2 Adoecimento mental dos enfermeiros que atuaram na linha de frente da
pandemia
Entende-se que o processo de cuidado e adoecimento traz à tona as
fragilidades humanas, como o medo e o pânico pelo desconhecido, que influenciam
diretamente no emocional dos enfermeiros, o que, por sua vez, pode interferir na
sua qualidade, com impactos para sua vida pessoal e social28.
Nesse contexto da pandemia, a alta prevalência de sintomas, como
depressão, ansiedade, estresse, insatisfação, injustiça, indignação e esgotamento
emocional, impactou muitos enfermeiros que estavam envolvidos com a população
que era atendida29, durante todo o seu período de trabalho e a pandemia, como
descrito na fala dos enfermeiros do estudo30:
[...] você acaba se apegando ao paciente [...]. Eu tive medo [...],
Mas tem que reagir, tem que ter fé, seguir em frente e procurar
motivação, até para passar para o próprio paciente. (ENF3)
[...] ficamos um pouco assustadas, né? Mas aí a gente teve que se
adequar, né? Se conscientizar da nossa importância, porque a gente
era a cabeça da situação, não poderia de forma alguma recuar e não
atender os pacientes. (ENF6)31
27 REZIO, L. de A., OLIVEIRA, E. de, QUEIROZ, A. M., SOUZA, A. R. de, ZERBETTO, S. R., MARCHETI,
P. M., NASI, C., OLIVEIRA, E. O neoliberalismo e a precarização do trabalho em enfermagem na
pandemia de COVID-19: repercussões na saúde mental. Revista da Escola de Enfermagem da USP,
São Paulo, v. 56, p.1-8, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/5cWSZKHzsZd7st3FKWRP44z/?lang=en Acesso em: 8 set. 2022.
28 BATISTA, P. C. P., LOURENÇÃO, D. C de A., SILVA, J. S. J., CUNHA, A. A. de, GALLASH, C. H.
Indicadores de sofrimento e prazer em trabalhadores de saúde na linha de frente da COVID-19. Revista
Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 30, p. 1-11, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rlae/a/Y4KTxLqN4rWbhn9GcLQy44L/ Acesso em: 8 set. 2022.
29 BATISTA, P. C. P., LOURENÇÃO, D. C de A., SILVA, J. S. J., CUNHA, A. A. de, GALLASH, C. H.
Indicadores de sofrimento e prazer em trabalhadores de saúde na linha de frente da COVID-19. Revista
Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 30, p. 1-11, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rlae/a/Y4KTxLqN4rWbhn9GcLQy44L/ Acesso em: 8 set. 2022.
30 ACIOLI, D. M. N., SANTOS, A. A. P. dos, SANTOS, J. A. M., SOUZA, I. P. de, SILVA, R. K. de L.
Impactos da pandemia de COVID-19 para a saúde de enfermeiros. Revista Enfermagem UERJ, Rio de
Janeiro, v. 30, p. 1-5, 2022. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/63904 Acesso em: 8 set. 2022.
31 ACIOLI, D. M. N., SANTOS, A. A. P. dos, SANTOS, J. A. M., SOUZA, I. P. de, SILVA, R. K. de L.
Impactos da pandemia de COVID-19 para a saúde de enfermeiros. Revista Enfermagem UERJ, Rio de
16
Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
Observou-se que a responsabilidade por estar atuando no enfrentamento da
pandemia foi uma situação muito desafiadora, uma vez que a doença alterava toda
a rotina e abria espaço para que o sentimento de vulnerabilidade se tornasse
presente no cotidiano. Este medo pelo desconhecimento da nova doença, em como
prevenir, como tratar, os meios rápidos de transmissão e o medo de perder pessoas
queridas foi o cenário ideal para o alto sofrimento que favorecia rapidamente o
esgotamento mental32.
A enfermagem que atuava na linha de frente enfrentava estímulos
estressores constantes devido à tristeza causada pelas mortes frequentes dos
pacientes, ou mesmo dos familiares contaminados. Somados a essa tristeza profunda,
emergiam sentimentos de desânimo, pessimismo e solidão, que favoreciam o
desenvolvimento da depressão33.
Convém lembrar, ainda, que a depressão e a ansiedade são consideradas,
atualmente, doenças prevalentes do século XXI, influenciadas pelo estresse devido
às longas jornadas de trabalho, gerando precarização do trabalho e desvalorização
da classe profissional da enfermagem, podendo incapacitar muitos indivíduos em
idade produtiva34.
Dessa maneira, compreende-se que a depressão pode ser incapacitante ao
trabalhador da enfermagem porque a sobrecarga pelo esforço físico exacerbado
devido à complexidade dos cuidados prestados e a falta de reconhecimento pelo
Janeiro, v. 30, p. 1-5, 2022. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/63904 Acesso em: 8 set. 2022.
32 SANTOS, K. M. R. dos., GALVÃO, M. H. R., GOMES, S. M., SOUZA, T. A. de, MEDEIROS, A. de A.,
BARBOSA, I. R. Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-
19. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 25, n. esp., p. 1-15, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ean/a/DfmDPNnHcwnVymcDsHDc6hp/ Acesso em: 8 set. 2022.
33 APPEL, A. P., CARVALHO, A. R. da S., SANTOS, R. P. dos. Prevalência e fatores associados à
ansiedade, depressão e estresse numa equipe de enfermagem COVID-19. Revista Gaúcha de
Enfermagem, Porto Alegre, v. 42, n. esp., p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rgenf/a/rZMMYrjT6PRxKm3PKBRwqTx/abstract/?lang=pt Acesso em: 8 set.
2022.
34 APPEL, A. P., CARVALHO, A. R. da S., SANTOS, R. P. dos. Prevalência e fatores associados à
ansiedade, depressão e estresse numa equipe de enfermagem COVID-19. Revista Gaúcha de
Enfermagem, Porto Alegre, v. 42, n. esp., p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rgenf/a/rZMMYrjT6PRxKm3PKBRwqTx/abstract/?lang=pt Acesso em: 8 set.
2022.
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Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
trabalho realizado refletem em respostas físicas e mentais prejudiciais ao
trabalhador, ou seja, quando os sintomas físicos estão relacionados à desordem
psíquica sofrida no local de trabalho, manifestando fisicamente no corpo, sobretudo
daqueles que atuaram na linha de frente durante a pandemia, como foi o caso dos
enfermeiros, sendo desafiador e, ao mesmo tempo, resiliente no que poderia ser o
esforço de salvar vidas, apesar das condições hostis de trabalho e saúde35.
3 Desafios enfrentados pelos enfermeiros que atuavam na linha frente
A enfermagem, profissão que tem seus desafios continuamente, passou a
enfrentar muitos outros de forma intensa durante a pandemia covid-19, a começar
pela própria batalha contra o desconhecido, o invisível. A enfermagem passou a lutar
na linha de frente contra um vírus novo, existindo muitas dúvidas sobre o manejo
dos pacientes graves, tratamento adequado, formas de transmissão,
questionamentos sobre as manifestações do vírus no corpo humano, ausência de
conhecimentos científicos e, assim, os dias desafiadores comprometiam a saúde dos
enfermeiros36.
Nenhum país está preparado para cenários de guerra, muito menos para as
pandemias, como foi o caso da covid-1937, pois o despreparo para estas situações vai
além da formação dos profissionais da saúde e perpassa o não vivenciamento das
situações geradas pela pandemia e como lidar com uma doença inédita e de alta
virulência que podia matar em poucos dias muitas pessoas.
35 ALMINO, R. H. S. C., OLIVEIRA, S. S. de, LIMA, D. M. de, PRADO, N. C. da C., MERCÊS, B. M. O.,
SILVA, R. A. R. da. Estresse ocupacional no contexto da COVID-19: análise fundamentada na teoria de
Neuman. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ape/a/wHY9NkrKDbN9V7QgK7JFSvH/# Acesso em: 8 set. 2022.
36 ALMINO, R. H. S. C., OLIVEIRA, S. S. de, LIMA, D. M. de, PRADO, N. C. da C., MERCÊS, B. M. O.,
SILVA, R. A. R. da. Estresse ocupacional no contexto da COVID-19: análise fundamentada na teoria de
Neuman. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ape/a/wHY9NkrKDbN9V7QgK7JFSvH/# Acesso em: 8 set. 2022.
37 CASTRO-JUNIOR, A. R. de, SILVA, M. R. F. da, DUARTE, R. B., SANTOS, M. A. de P. Diários de batalha:
enfermeiros na linha de frente do enfrentamento ao COVID-19. Revista Uruguaya de Enfermería,
Montevideo, v. 16, n. 1, p. 1-10, 2021. Disponível em:
http://rue.fenf.edu.uy/index.php/rue/article/view/308/350 Acesso em: 8 set. 2022.
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VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
Contudo, os diversos desafios enfrentados pela enfermagem fizeram com que
a profissão desenvolvesse alta resiliência no local de trabalho38, em especial os
enfermeiros. Os principais desafios enfrentados durante a pandemia foram a
reorganização dos fluxos de atendimento que exigiram diferentes estruturas, as
adaptações dos processos de trabalho, a reorganização dos leitos das UTIs e
enfermarias e o dimensionamento da equipe para prover mais recursos humanos e
disponibilidade financeira das instituições de saúde. Dessa maneira, a estratégia de
maior impacto para o enfrentamento da situação foi a resiliência desenvolvida pelo
enfermeiro e de toda equipe de enfermagem, o que colaborou para que o cuidado
fosse prestado com excelência e segurança em meio ao caos.
Assim, a resiliência da enfermagem foi notada quando não recuava diante do
desconhecido, nem mesmo diante dos inúmeros cuidados prestados aos pacientes
infectados pela covid-19. Isso não abalou a equipe e nem mesmo os enfermeiros, que
se sentiam desafiados a todo momento em que estiveram à frente das tomadas de
decisões, sobretudo como líderes de equipe39.
Diante de tantas situações desafiadoras para o enfermeiro, o que não faltaram
também foram as ações fiscalizatórias que se instituíram como parte da rotina dos
Conselhos de Classe durante a pandemia. Denúncias da enfermagem apontaram
precariedade e até ausência dos EPIs, pois eram os únicos suportes naquele momento
quando se instalava a pandemia mundial. As denúncias também eram sobre as
ausências de infraestrutura adequadas e condições mínimas de precauções
recomendadas, escassez dos recursos humanos em decorrência da grande demanda
dos usuários e sobrecarga de trabalho devido às altas demandas e ao não
38 RIGOTTI, A. R., ZAMARIOLLI, C. M., PRADO, P. R. de, PEREIRA, F. H., GIMENES, F. R. S. Resiliência
de Sistemas de Assistência à Saúde no enfrentamento da COVID-19: relato de experiência. Revista da
Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 56, p. 1-8, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/LRQmn4znr9JzttgtD4RCVLP/?lang=pt Acesso em: 8 set. 2022.
39 ALMINO, R. H. S. C., OLIVEIRA, S. S. de, LIMA, D. M. de, PRADO, N. C. da C., MERCÊS, B. M. O.,
SILVA, R. A. R. da. Estresse ocupacional no contexto da COVID-19: análise fundamentada na teoria de
Neuman. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, p. 1-11, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ape/a/wHY9NkrKDbN9V7QgK7JFSvH/# Acesso em: 8 set. 2022.
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Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; FRANCISCO, Amanda Gallo; VIEIRA, Raquel Ribas. O impacto da pandemia de COVID-
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2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
desenvolvimento adequado dos protocolos específicos para atuação na pandemia que
orientassem os enfermeiros para as práticas seguras40.
Lembrando que os problemas mentais decorrentes de todo esse contexto não
iniciaram na atualidade41. Desde que a ciência vem conquistando novos espaços em
busca por mais reconhecimento, as doenças mentais instalaram-se paulatinamente
nos profissionais da saúde e a pandemia mostrou, sobretudo para os enfermeiros,
que comportamentos e hábitos limitaram e exacerbaram as fragilidades que já
estavam atreladas em condições de trabalho hostis. O cenário incerto durante a
pandemia demonstrou fragilidades nas tomadas de decisões pelo sentimento de
medo e insegurança42. O fato de não poder recuar e enfrentar os problemas foram
desafios complexos e inesperados, em que o enfermeiro poderia desenvolver
problemas de adoecimentos relacionados a sua saúde mental43.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pandemia de covid-19 evidenciou condições de trabalho inadequadas para
a enfermagem, o que acarretou um impacto na sua saúde mental, em especial para
os enfermeiros que estavam à frente como liderança de suas equipes. O adoecimento
mental pode proporcionar sequelas na vida dos trabalhadores, principalmente
daqueles como os enfermeiros, que vivenciaram situações estressoras constantes.
40 CLEMENTINO, F. de S., CHAVES, A. E. P., JÚNIOR-PESSOA, J. M., MIRANDA, F. A. N. de, MEDEIROS,
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43 DRESH, L. da S. C., PAIVA, T. S., MORAES, I. I. G. de, SALES, A. L. L. de F., ROCHA, C. M. F. A saúde
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19 na saúde mental do enfermeiro. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, v.7, p. 1-24,
2024. DOI: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v7.185.
Nesta revisão, ficou claro o quanto a enfermagem é resiliente e persistente e que
tem muito caminho a ser percorrido para sua valorização.
A classe trabalhadora da enfermagem necessita de condições dignas de
trabalho, definição do piso salarial, suporte emocional e valorização da profissão.
Para que isso ocorra, a fiscalização dos Conselhos de Classe deve continuar ativa,
além das mudanças na sociedade em valorizar uma profissão que é o elo entre a
saúde e o bem-estar da população.
Quanto aos desafios da classe trabalhadora, sobretudo da enfermagem, na
figura do enfermeiro, foram muitos, principalmente no cenário da pandemia, em que
se evidenciaram os estressores no ambiente de trabalho e a necessidade de comba-
los diante da eficácia dos protocolos institucionais implantados para a atenção à
saúde dos trabalhadores.
Existe uma limitação deste estudo de revisão por se tratar de artigos
referentes às pesquisas já realizadas e que, por isso, muitas mudanças possam ter
ocorrido ao trabalho dos enfermeiros, uma vez que a covid-19 deixou de ser
pandemia no ano de 2023, mas os problemas relacionados à profissão não deixaram
de existir. Assim, diante desta premissa, enfatiza-se a importância de que novos
estudos e pesquisas sejam realizados futuramente sobre a saúde mental dos
enfermeiros, porque trata-se de profissionais essenciais para o cuidado e, para que
isso ocorra com qualidade, é necessário também que eles próprios sejam cuidados.
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Tatiana Giovanelli Vedovato
Professora da Faculdade de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-
Campinas. Pesquisadora convidada pela Escola Nacional de Saúde Pública - FIOCRUZ, Rio de
Janeiro. Pós-doutorado em Enfermagem com bolsa CAPES - PRODOC (2013-2014). Doutorado em
Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação do Faculdade de Enfermagem da Universidade
Estadual de Campinas (2012), bolsista CAPES (2009-2012). Mestrado em Enfermagem, na área
de Enfermagem e Trabalho pelo Programa de Pós-Graduação do Faculdade de Enfermagem da
Universidade Estadual de Campinas (2005), bolsista CAPES (2005-2007). Bacharelado (1998) e
Licenciatura (2010) em Enfermagem pela Universidade Estadual de Campinas. Lattes:
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mail: tatigiovedovato@gmail.com.
Amanda Gallo Francisco
Enfermeira Pesquisa Clínica na empresa ALS GLOBAL Grupo Investiga - Campinas - SP.
Bacharelado (2022) em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1499528223950065. ORCID: https://orcid.org/0009-0005-5468-0982. E-
mail: amanda.gallofrancisco@gmail.com.
Raquel Ribas Vieira
Bacharelado (2022) em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Possui
experiência na área de Enfermagem hospitalar. Lattes: http://lattes.cnpq.br/5091282922741064
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-0532-4004. E-mail: ribasvieira.raquel@gmail.com.